Durante 12 anos, em tempos de que bem se lembra uma geração mais velha, um homem causou uma devastação sem precedentes na história mundial. A reconquista da liberdade teve um enorme custo pago com sangue, suor e lágrimas dos europeus. A europa foi salva pelos “Aliados” das garras de um ditador de nome Adolf Hitler. O mundo só se viu livre dele em 1945, após a sua morte.
Começou então uma nova era de progresso e de prosperidade onde a revolução era de índole industrial e não política. O mundo vivia momentos de paz e isso permitiu reconstruir a confiança do velho continente.
Em paralelo os Estados Unidos da América prosperavam e cresciam como força imperial apelidada por muitos como a polícia do mundo. A europa estava confortável com essa situação. Começavam os esforços para a criação de uma comunidade económica europeia que mais tarde se converteria numa União Europeia que agregava a maioria dos estados europeus.
Entre a Globalização, a moeda única, as crises financeiras e as alternâncias políticas a europa era uma potência que integrava e agregava, com o vigor de um bloco que definia o equilíbrio no mundo a par dos Estados Unidos. A desagregação da URSS e o consequente isolamento da Rússia reforçaram o poder geoestratégico da Europa.
Chegados aqui o impossível e impensável aconteceu novamente. Uma figura de traços nacionalistas chegou à Casa Branca. Ninguém sabe quanto sangue, suor e lágrimas trará a sua insana ascensão.
É possível pará-lo? Será possível fazê-lo moderar as suas posições? Por agora, num ano, ele envenenou o seu país, o mundo e as relações do seu país com o mundo. Pretendendo implementar um regime autoritário “travestido” de Democracia, parece difícil fazê-lo parar. Poucos são os que pretendem enfrentar o Sr. Trump (por agora). Afinal foi eleito pelo seu povo.
Como dizia Hannah Arendt, filósofa Alemã de origem judaica, “Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.”.
Hoje grande parte dos líderes internacionais parecem cordeiros desorientados que abdicaram de pensar em nome de interesses próprios.
É neste ponto que nos encontramos. A deriva populista, que parece estar a crescer, pode aprofundar as divergências e medos entre povos e com isso aumentam ainda mais as clivagens que levam, inevitavelmente, ao conflito. Veja-se o recente conflito entre a Turquia e a Holanda.
Por aqui, na Europa, da França de Marine Le Pen à Alemanha de Angela Merkel, passando pela Inglaterra de Theresa May (a debater-se com novo atentado), de forma cada vez mais intensa, cheira a Trump(a).
Mudemos de aroma e de rumo. Sejamos frontais e não abdiquemos de pensar. Não abdiquemos de expor o que pensamos. Não abdiquemos de lutar por aquilo em que acreditamos. De forma serena, mas firme é tempo de David se impor a Golias.
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