Com o aproximar das
eleições legislativas para outubro próximo, o que se vê da parte do maior
partido da oposição, é uma total ausência de combate político. Não se
compreende onde assenta a estratégia da atual direção do PSD, com sucessivas ausências
aos mais importantes temas em discussão e em debate na nossa sociedade. Apenas
fugazmente vai aparecendo dando alguns sinais de vida. O PSD que se quer apresentar
ao povo Português como alternativa ao atual Governo Socialista, está há muito
em greve de oposição, não transmitindo ao seu eleitorado, de uma forma convincente,
o que realmente são as suas propostas e ideias para o país. Se na política houvesse
serviços mínimos obrigatórios, o PSD não estaria no declínio que aparenta.
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Américo, Belmiro e Alexandre…3 referências
Entre o dia 13 de julho de 2017 e
o dia 16 de agosto de 2019, Portugal perdeu três das maiores referências do
sucesso “made in Portugal”, nomeadamente Américo Amorim (Corticeira Amorim),
Belmiro de Azevedo (Sonae) e Alexandre Soares dos Santos (Pingo Doce).
É hoje consensual que estes empresários
marcaram uma época de evolução económica em Portugal e os seus projetos
empresariais, para além de motores da economia nacional, estão entre os que mais
empregos geraram nas últimas décadas.
Mas, como já havíamos assistido
em 2017, a partida destes empreendedores, que muito contribuíram para o desenvolvimento
do País, revelou a intolerância de alguns dirigentes políticos dos dois
principais parceiros do PS na geringonça, Bloco de Esquerda e PCP.
Estes partidos, indignados, levantaram
a voz e revelaram-se como a “extrema esquerda”, deixando cair a máscara que os
transforma (de quando em vez) na “esquerda mais à esquerda do PS”.
Atacaram de forma vil, torpe e
cobarde a honra, reputação e percurso profissional destes homens, precisamente no
momento em que se deve privilegiar o recato, o silêncio e o respeito pela
memória de quem partiu.
Num exercício de demagogia e populismo,
desrespeitaram as suas famílias no momento mais difícil e revelaram ausência de
espírito democrático, sentido de estado, tolerância e respeito.
Dizia o Economista John Galbraith
que: “Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.”, portanto convém
aqui avivar memórias.
Estes que criticam de forma
intolerante Soares dos Santos, Belmiro de Azevedo e Américo Amorim, são os
mesmos que, por ausência seletiva de memória, omitem as visitas, em 1998 e
2000, do ditador Cubano, Fidel Castro, recebido com honras de estado por
António Guterres.
Falamos dos mesmos elementos da
esquerda parlamentar, que aprovou um voto de pesar pela morte de Fidel, em
2016, onde se dizia que era “Uma referência incontornável que consagrou a sua
vida aos ideais do progresso social e da paz”.
A mesma esquerda parlamentar que rejeitou
os votos de pesar a Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, eles sim, grandes
referências portuguesas e que foram, nas suas vidas, a antítese do brutal ditador
cubano.
Estes intolerantes são os mesmos
que, em silêncio, viram José Sócrates receber em 2008, Hugo Chavez, Presidente
da Venezuela e um dos mais duros ditadores da América do Sul.
O Bloco de Esquerda, aliás, pela
voz da eurodeputada Alda Sousa, defendeu que Chávez promoveu e garantiu uma “luta
muito importante contra o imperialismo e contra o FMI”.
Mas a falta de memória vai ainda
mais longe, chegando ao ponto de omitirem a excitação de verem o abraço de José
Sócrates ao amigo Khadafi, que foi um dos mais cruéis ditadores dos nossos
tempos.
Criticam energicamente, homens e
mulheres que são referências positivas de Portugal, mas em contrapartida,
veneram alguns dos maiores ditadores da história, revelando uma total
incoerência, uma enorme desonestidade intelectual e uma atitude extremista só
vista em regimes não democráticos.
Apesar de tudo isto devemos ser
superiores e defender uma cultura democrática onde não se vencem os que têm
opiniões diferentes com intolerância, calando-os, banindo-os ou excluindo-os.
Devemos vencê-los, ouvindo-os e
enfrentando-os para assim desmascarar as suas contradições, expor as suas
fragilidades, denunciar o seu populismo e arrasar os seus valores desvirtuados.
É este exercício que se pretende
fazer neste artigo de opinião desmascarando as contradições destes
protagonistas, expondo as suas fragilidades evidentes, denunciando o seu
populismo imaturo e confrontando os seus valores claramente desvirtuados.
Não devemos nutrir simpatia por
nenhum tipo de extremismo onde alguns tentam reinar, promovendo a intolerância e
procurando fazer opinião como se fosse uma verdade absoluta e inquestionável.
Sobre estes três grandes
senhores, perguntamos: Terão cometido erros? Com certeza que sim, como todos os
homens e mulheres, por vezes, cometem.
No entanto são homens a quem a
grande maioria dos portugueses deve, senão admiração, pelo menos, respeito, que
alguns - sem qualquer cultura democrática - parecem não querer mostrar.
Em sentido contrário, se desprezarmos os nossos melhores homens e mulheres, cultivaremos uma democracia frágil, assente numa sociedade ignorante e susceptível aos populismos e extremismos políticos e ideológicos.
Artigo publicado na edição on-line do Jornal Público.
Link:
https://www.publico.pt/2019/08/21/politica/opiniao/americo-belmiro-alexandre-tres-referencias-1884065
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