terça-feira, 29 de abril de 2014

O #Benfica, o Papa, o #Assis e o #Marcelo...


No passado domingo assistimos a dois momentos marcantes. A beatificação de dois papas e a vitória do Benfica. E em ambas as situações podemos observar duas estratégias de associação que não consigo deixar de referir. 

Duas figuras públicas associaram-se de forma brilhante a estes acontecimentos, Francisco Assis e Marcelo Rebelo de Sousa.

Na primeira situação, Francisco Assis, já claramente em campanha, decide ir assistir ao jogo de acesso à final da Taça da Liga, Porto vs Benfica. Decide, como figura pública que é, assistir ao jogo na tribuna de honra do FC Porto, ao lado direito do Pinto da Costa. 

O que poderá conseguir com isto? 

Para além de ver um "show de bola" do Benfica, que ganha mais uma vez com 10 jogadores em campo, consegue associar-se de forma magistral a mais uma derrota do FC Porto, bem como, cultivar todos os atributos positivos que a figura do Pinto da Costa traz consigo (situação a que a vasta massa associativa do FCP é sensível). 



Por outro lado, uns minutos mais tarde, no mesmo canal, assistimos ao comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, feito em direto do Vaticano. 

Vemos o comentador, que ainda não está em campanha, associar-se à beatificação do Papa João Paulo II e do Papa João XXIII.

Marcelo Rebelo de Sousa, que é uma figura nacional, vai ao Vaticano, sujeita-se às filas de milhares de pessoas, incluindo aos empurrões dos Polacos, para ver no meio da multidão a cerimónia de beatificação de dois Papas marcantes para o Sec. XX, um responsável pelo Concílio Vaticano II (João XXIII)e o outro com uma ligação particular a Portugal e a Fátima (João Paulo II).

Apesar de ainda não ser candidato, Marcelo Rebelo de Sousa, associa-se a um momento importante da Igreja Católica e acaba por transmitir uma mensagem a que 76,9% da população portuguesa é sensível(percentagem dos portugueses que se assumem como católicos).



Olhando bem, parece ridícula esta comparação, não por se tratarem de eleições distintas, ou por um ainda nem sequer ser  candidato, mas por se tratarem de situações diametralmente opostas, em que um associa a si atributos positivos, como a humildade e a devoção cristã (a que 76,9% da população é sensível), e o outro consegue o oposto, associando-se à presunção da tribuna de honra, a uma espetacular derrota do FCP e ainda, qual cereja no topo de bolo,ao Pinto da Costa (situação a que 6.000.000 de benfiquistas são particularmente sensíveis). 

Não sei o que passou pela cabeça da malta do Assis, mas no fim de contas acho seguro assumir que se tratou de um típico erro de casting, onde Assis apenas escolheu o Papa errado.




quarta-feira, 23 de abril de 2014

O que leva alguém a votar num candidato ou num partido?



Será uma questão de ideologia?

Quantos já não se questionaram sobre o que distingue ideologicamente o PS, do PSD e do CDS? O que distingue estas forças políticas quando estão no poder? Há mudanças radicais, ou só de discurso?

Depois do que aconteceu em França com Hollande (ver aqui) poucos ainda acreditarão numa "mudança" de políticas. Então o que levará alguém a votar num candidato? Será a extensa lista de ideias e programas que apresentam nas campanhas? Será pela ideologia apresentada nos estatutos de cada força política? Será por gostarem muito do Seguro ou do Passos?

Provavelmente, a principal razão estará muito mais associada ao sentimento gerado pelo estado da conta bancária ao fim do mês, ou da situação do familiar reformado, do que a qualquer outra coisa. 

Mas então o que se pode fazer? 

Se temos de implementar medidas de austeridade e se isto terá impacto direto na intenção de voto, valerá a pena fazer campanha?

Se é certo que a ideologia vale cada vez menos aos olhos de quem vota, a busca pelo "Santo Graal" do Marketing Político, que é a razão por trás da tomada de decisão, tem levado as candidaturas a procurar serviços cada vez mais profissionais para a análise do eleitorado, em particular na área da neuro-ciência. (Ver aqui)

Já não há espaço para achismos na comunicação política.

As Candidaturas deixam cada vez mais o amadorismo de lado e isso nota-se em alguns detalhes... 




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Pessoalmente não acredito em coincidências, até porque não deixa de ser estranho utilizar-se o termo "Mudança" nas Europeias...



Por outras palavras, a esta altura do campeonato alguém já terá dito ao Seguro que para ganhar as próximas eleições legislativas precisa de falar pouco e quando falar, falar de "Mudança". 

O descontentamento e o sentimento de repulsa gerado pelas dificuldades económicas são de tal ordem que não será necessário falar muito, apenas garantir a mudança, mesmo que ninguém saiba muito bem para o quê, e que todos suspeitem que Seguro estará para Portugal como Hollande esteve para França.




Em Abril, parvoíces mil…


 
O 25 de Abril é uma das datas mais importantes da nossa História recente. Não obstante este facto indesmentível, o que mais se vê por aí é gente a utilizar a data para gincana política, revanches (mais ou menos) pessoais ou parvoíce pura e dura.
Não é assim que se transmitem os valores de Abril aos mais novos e não é certamente assim que se honra a memória de alguns dos nossos mais valorosos e honrados.

#leadership indignação matinal da terceira via




Um CEO competente nem é um autocrata bruto nem um "groupie on steroids"!
Vejam lá se percebem tá? 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

#ukraine #portugal Dia mundial da voz

Ontem celebrámos o dia mundial da voz, num contexto geopolítico em que o poder da Palavra subscreve responsabilidades acrescidas, na balança entre o direito internacional, o respeito pela soberanias nacionais, e a paz mundial.
Nunca a "fronteira" leste e sudeste da União Europeia esteve tão pressionada por conflitos, da Síria à Ucrânia, mas também outros menos intensos mas igualmente preocupantes, na Turquia.
Faço votos para que os líderes europeus continuem a afirmar o compromisso europeu com a paz, não por cobardia, não por fraqueza, mas com a consciência de quem conheceu 2 guerras mundiais nos últimos 100 anos.
Portugal também tem um papel a desempenhar nesta crise internacional com impacto global.
Que os interpretes do interesse nacional não se deixem levar, nem por  retóricas aventureiras, nem por pacifismos cegos.
A luta pela paz entre os povos não é um "delírio de Chamberlain", é um caminho difícil, de sacrifícios vários, em que a coragem da luta pela paz deve ser temperada pela perspicácia política, de perceber se em algum momento a paz deixará de ser possível, e aí sim lutar e vencer!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Hoje Mário Soares começou o dia a tomar Rennies...

Para azia de alguma esquerda Francisco Sá Carneiro é reconhecido pelos portugueses como a figura política mais próxima dos valores do 25 de Abril  (ver Barómetro i/Pitagória)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Há notícias que valem mais que qualquer outdoor

Podemos analisar sondagens, observar as guerras entre o PS e o PSDLisboa, questionar a forma como o Governo comunica, podemos inventar todas as estratégias e mais algumas para comunicar melhor, mas na realidade o que provavelmente irá contar é o que interfere diretamente com a nossa qualidade de vida.



(Para os que estão a fazer a leitura pela goleada do Benfica, recordo que estou a falar do aumento do Salário mínimo e da baixa dos spreads... se bem que a goleada do Benfica também conta...)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mais uma sondagem mais uma derrota.... #Governo #PSD #PS #CDS #PPC #Seguro

Hoje saiu mais um Barómetro i/Pitagórica (ver aqui). 

Neste estudo podemos começar a perceber que impacto eleitoral terão as recentes melhorias nos indicadores económicos.   

Os resultados são claros, o PS está a subir e a aproximar-se da maioria absoluta. 

Não deixa de ser caricato, que o Governo consiga diminuir o deficit, aumentar o emprego, diminuir as taxas de juro (hoje: abaixo dos 4% pela primeira vez desde 2009) e ao mesmo tempo continuar a descer nas intenções de voto e a ser avaliado negativamente por 70,8% da população. (Já escrevi sobre isto)

É notório que Passos Coelho é, enquanto governante, diametralmente oposto a José Sócrates. Enquanto  um apenas aparecia para dar boas notícias, deixando as más para os seus ministros, o outro dá as más e deixa as boas para os seus ministros, em particular para os seus parceiros de coligação.

De facto, o que transparece é que o Passos Coelho procura cultivar a diferença de postura relativamente ao governo socialista, um gasta o outro poupa, um endivida-se o outro paga a dívida, um prepara e escolhe minuciosamente tudo o que diz o outro não faz campanha. Se esta postura de frontalidade é eticamente irrepreensível, a despreocupação com que se olha para a comunicação normalmente tem uma consequência, a derrota. 

Tanto como resolver os problemas do país, o Governo tem a obrigação de pensar no que acontecerá ao país se o partido com mais responsabilidade na crise voltar ao poder.

Se a primeira preocupação do Governo é resolver os problemas do país, também é verdade, especialmente no paradigma da comunicação em que vivemos, que tem a obrigação de dar satisfação a quem o elege, explicar o porquê das decisões mais importantes e evitar que a máquina de propaganda da oposição enviese a realidade. 

Mas Passos Coelho parece preferir deixar o PS a discutir com o PSD de Lisboa, o que deve deixar a tropa da estrutura local do PSD toda orgulhosa e alguns dirigentes nacionais a rir-se. Mas não é mais do que isto, uma massagem ao ego partidário que revela algum autismo político. É que o drama surge quando se comparam as máquinas do PSD local e do PS Nacional, como não são comparáveis a mensagem do PS terá sempre mais projeção que a da estrutura local do PSD.

Veremos quem se ficará a rir em 2015...

A guerra dos videos:

PSD de Lisboa lança este vídeo:



PS responde com este Video:


PSD de Lisboa lança logo depois este video:










quarta-feira, 2 de abril de 2014

A forma como o Governo se defende diz muito sobre como o #PPC pensa...

Enquanto todos os partidos já têm campanhas na rua, o PSD e o CDS continuam a deixar ao PSD de Lisboa a responsabilidade de defender o Governo.

Nisto das campanhas, às vezes há coisas tão simples que de tão simples que são ninguém se lembra de as fazer.... Como por exemplo ir ao youtube "sacar" alguns pedacinhos de memória sobre a trupe do Manifesto dos 70.


Se há muitos a expor a hipocrisia dos que assinaram e defenderam o dito Manifesto(ver aqui), agora alguém decidiu provar...(Ver o video)


Apesar disto continuo perplexo com o facto do Governo PSD/CDS continuar a deixar a sua defesa entregue uma estrutura local do PSD... 

Ser o PSD de Lisboa a defender o Governo diz muito sobre como o Passos Coelho pensa...




A garnde surpresa do dia:

 
 
Existe uma coisa chamada  "ATV - Associação de Telespectadores".

terça-feira, 1 de abril de 2014

#BPN - Recordo-me "apenas de uma conversa geral em que se falou de preocupações com o BPN"....


Quem se lembra que a ONU ajudou a vender armas utilizadas no genocídio do Ruanda?



A pior expressão da burocracia amoral acontece quando o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, conta como membros os mesmos países que violam repetidamente os direitos humanos dos seus cidadãos.
Fica aqui a lista actual dos países membros deste conselho, e o seu respectivo lugar no ranking mundial dos direitos humanos, de um total de 216 países


Tirem as vossas conclusões:



COUNTRY

Ranking Direitos Humanos

Algeria198th
Argentina53rd
Austria15th
Benin84th
Botswana81st
Brazil48th
Burkina Faso132nd
Chile110th
China47th
Congo215th
Costa Rica31st
Côte d’Ivoire159th
Cuba115th
Czech Republic23rd
Estonia38th
Ethiopia210th
France19th
Gabon141st
Germany18th
India120th
Indonesia194th
Ireland17th
Italy26th
Japan83rd
Kazakhstan97th
Kenya136th
Kuwait86th
Maldives70th
Mexico65th
MontenegroNem conta como país ainda :)
Morocco73rd
Namibia60th
Pakistan147th
Peru124th
Philippines200th
Republic of Korea209th
Romania43rd
Russian Federation51st
Saudi Arabia206th
Sierra Leone214th
South Africa117th
The former Yugoslav Republic of Macedonia77th
United Arab Emirates14th
United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland13th
United States of America20th
Venezuela (Bolivarian Republic of)68th
Viet Nam204th

A Europa do preconceito...

Tirado daqui: (ver aqui)

20 ways to slice the European continent from Atlas of Prejudice 2 by Yanko Tsvetkov.

Don’t mind if I ask…

 
Algum dos signatários do famoso manifesto dos 74 tem menos de 55 anos?
É que parece-me estranha esta novel preocupação com a desvitalização do “país em consequência da emigração de jovens qualificados”, tendo em conta que boa parte destas personalidades tem (muitas) culpas no cartório do endividamento e ainda hoje vive à sombra de belíssimas mordomias pagas pelos contribuintes.
Estou em crer que este fenómeno já foi definido pela Ciência Política.