Não tem é o direito de fingir que o vai tratar como outro político qualquer, pois quem como eu segue o expresso da meia noite, bem o viu a fazer dupla com Nicolau Santos, semana após semana, a dar como certa a bancarrota do país e a reestruturação da dívida, branqueando o descalabro do Governo Sócrates, atacando selvaticamente o governo e vejam lá que até deu para sair em defesa de Vítor Constâncio!
É verdade que a partir de 2013 esta dupla evoluiu ligeiramente, mas foi preciso o episódio do burlão Artur Batista da Silva, inventado pelo PS e validado pela dupla do Expresso, para os 2 responsáveis do semanário de referência em Portugal tirarem, por algum tempo apenas, o pé do acelerador.
Acho caricato, que um acontecimento escandaloso como aquele não tenha motivado sequer um pedido de demissão de ambos, por isso vão ter que me perdoar se não acredito por um minuto, nem no pedido de demissão de Ricardo Costa desta semana, nem na promessa de "cair em cima" do irmão, em nome de um rigor e isenção que não vejo reflectida nos seus artigos e opiniões.
O Ricardo Costa escreveu um livro que gostei muito de ler, mas o que parecia uma análise atenta de um observador desassombrado com o dom da escrita, revela-se cada vez mais um auto retrato extrapolado.