sexta-feira, 31 de março de 2017

Nome de Código: #édosnossos

A sala é escura e o calor abafado mata por um golo de água que faça refrescar uma garganta seca.
- Esta feito – Disse ele com a certeza de quem assume o que faz.
- Mas são todos dos nossos?
- Sim. Está feito.
- Algum tem hipóteses de ganhar?
- Que diferença faz! Conseguimos o objectivo não conseguimos?
- É um facto. Mas como achas que o resto vai reagir se afastámos quem de certeza ganhava?
- Não interessa. Esta feito. O que importa não é ganhar, mas sim assegurar o futuro.
- Que futuro?
- O futuro, Bolas! O futuro…dos nossos caramba!
- O que pensas fazer no dia seguinte?
- Logo se vê, uma certeza é que vamos continuar. Foi por isso que colocámos lá os nossos. Esta feito.
No fundo da sala, alguém sussurra: - O que é feito de nós?
- Quem disse isso? – Retoma ele com um ar transtornado de quem já tinha encerrado o tema.
Aproximando-se da pequena luz que ilumina um pouco da sala, um jovem. O rosto desiludido transmite a pureza de quem acredita que o importante é estar ao serviço das pessoas pelo seu bem.
- Fui eu. Estava ao fundo da sala e ouvi a vossa conversa. Sei que nunca me pediram opinião e que nada conto para a vossa decisão. Mas o que é a verdade?
- A verdade!? Pergunto-te eu antes meu pequeno, o que é a realidade?

- A realidade? Já entendi…está feito. 

P.S - O diálogo é uma ficção, fraca muito fraca e qualquer semelhança com a realidade ou com a verdade é simples coincidência


É injusto e é chato

A política é injusta. Depois das dificuldades que o Passos Coelho teve para escolher uma candidata deste nível e qualidade (lê mais aqui), depois da Teresa Leal Coelho se ter disponibilizado, sacrificando a sua vida pessoal e a intensa atividade parlamentar, para dar a cara por Pedro Passos Coelho e pelo PSD nas próximas eleições autárquica, é injusto que os media e  os seus opositores lhe caiam em cima apenas por ter cometido uma meia dúzia de gafes logo à partida (vê as gafes aqui). É injusto e acima de tudo é chato.


(imagem retirada daqui)


quinta-feira, 30 de março de 2017

BREXIT UM MUNDO DE PREOCUPAÇÕES E DE OPORTUNIDADES


Muito embora Inglaterra seja um dos maiores, senão o maior, exportador de serviços da europa e represente cerca de 14% da economia europeia, o Brexit deve servir para a Europa redefinir a sua estratégia e ambicionar uma política verdadeiramente integradora de uma união europeia que se quer forte e economicamente sólida. A União Europeia não pode pretender apenas o papel de confederação de Estados que irremediavelmente tem vindo a desempenhar. Não deve ser um perpétuo simulacro de uma Federação de Estados. Se o Brexit pode ser uma preocupação por variadíssimas razões, sejam elas económicas ou de livre circulação de pessoas, ou outras, é certamente uma oportunidade para os lideres europeus revelarem a sua fibra e incutirem um verdadeiro ímpeto reformista no seio da União Europeia.
 
 

 

PSD UM ROLAMENTO IMPROVÁVEL NA GERINGONÇA


PSD, PCP e BE preparam-se para aprovar amanhã uma alteração à lei que visa clarificar a progressão na carreira dos funcionários das autarquias. O PSD que outrora criticara a Geringonça por alterar boa parte das medidas do seu Governo, vai agora ser um rolamento dessa mesma geringonça no que a questões laborais diz respeito, tudo para satisfazer o seu eleitorado autárquico em ano de eleições, numa atitude pouco coerente com o que sempre defendeu. Para além do mais, estas questões laborais, não se resumem apenas às autarquias. Estão por resolver em toda a máquina Estatal.
 
 

NÃO FOMOS NÓS QUE DISSEMOS...


O Ex-Ministro das Finanças Teixeira dos Santos sublinhou recentemente “não ter dúvidas de que todas as perdas que resultem da operação serão pagas pelos portugueses. Vamos todos pagar isto. Este é um encargo que vai ser repercutido nos cidadãos”.
 

 

quarta-feira, 29 de março de 2017

A escolha certa, sem dúvida.

No post que escrevi sobre a escolha da Teresa leal Coelho tive oportunidade de valorizar os seus atributos (lê mais aqui). Esqueci-me deste, é uma excelente comunicadora, sempre focada e com uma linguagem acessível a qualquer um.


terça-feira, 28 de março de 2017

QUO VADIS LISBOA?

É muito fácil "haver guerra" entre o PSD e o CDS em Lisboa, quando um partido escolhe um candidato(a) com óbvias fragilidades no seu perfil, e depois se indigna quando os rivais se aproveitam delas.
De qualquer forma, a julgar pelo que li no Expresso e no Sol deste fim-de-semana, o xadrez está definido em Lisboa.
Fernando Medina vai ganhar por falta de comparência do PSD
O CDS vai disputar o eleitorado do PSD para cantar vitória para a nova líder em fase de afirmação.
O PSD vai para a eleição já em modo pós autárquicas, em que o posicionamento dos actores vai refletir os interesses de curto prazo. A candidata tem um perfil de combate, de ruptura, não vai conciliar. A concelhia foi desautorizada pela Nacional e abandonada pela distrital. A distrital mostrou que, nem após vários mandatos de experiência e desta vez com um coordenador autárquico nacional oriundo do distrito, será capaz de ganhar uma única câmara na AML.
A direção nacional está em modo "terra queimada" em Lisboa, para garantir que as forças que a pretendem desafiar no "Day After" não se agrupam em Lisboa, usando a campanha como rampa de lançamento.
Aos militantes e autarcas do PSD de Lisboa, e à candidata Teresa Leal Coelho, envio um abraço solidário e peço que lutem por um projecto político que concilie os lisboetas com todos os que vêm trabalhar, visitar e usufruir desta maravilhosa cidade.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Cheira a Trump(a)

Durante 12 anos, em tempos de que bem se lembra uma geração mais velha, um homem causou uma devastação sem precedentes na história mundial. A reconquista da liberdade teve um enorme custo pago com sangue, suor e lágrimas dos europeus. A europa foi salva pelos “Aliados” das garras de um ditador de nome Adolf Hitler. O mundo só se viu livre dele em 1945, após a sua morte. 

Começou então uma nova era de progresso e de prosperidade onde a revolução era de índole industrial e não política. O mundo vivia momentos de paz e isso permitiu reconstruir a confiança do velho continente.

Em paralelo os Estados Unidos da América prosperavam e cresciam como força imperial apelidada por muitos como a polícia do mundo. A europa estava confortável com essa situação. Começavam os esforços para a criação de uma comunidade económica europeia que mais tarde se converteria numa União Europeia que agregava a maioria dos estados europeus.

Entre a Globalização, a moeda única, as crises financeiras e as alternâncias políticas a europa era uma potência que integrava e agregava, com o vigor de um bloco que definia o equilíbrio no mundo a par dos Estados Unidos. A desagregação da URSS e o consequente isolamento da Rússia reforçaram o poder geoestratégico da Europa.

Chegados aqui o impossível e impensável aconteceu novamente. Uma figura de traços nacionalistas chegou à Casa Branca. Ninguém sabe quanto sangue, suor e lágrimas trará a sua insana ascensão

É possível pará-lo? Será possível fazê-lo moderar as suas posições? Por agora, num ano, ele envenenou seu país, o mundo e as relações do seu país com o mundo. Pretendendo implementar um regime autoritário travestido de Democracia, parece difícil fazê-lo parar. Poucos são os que pretendem enfrentar o Sr. Trump (por agora). Afinal foi eleito pelo seu povo.

Como dizia Hannah Arendt, filósofa Alemã de origem judaica, “Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.”. 

Hoje grande parte dos líderes internacionais parecem cordeiros desorientados que abdicaram de pensar em nome de interesses próprios.

É neste ponto que nos encontramos. A deriva populista, que parece estar a crescer, pode aprofundar as divergências e medos entre povos e com isso aumentam ainda mais as clivagens que levam, inevitavelmente, ao conflito. Veja-se o recente conflito entre a Turquia e a Holanda. 

Por aqui, na Europa, da França de Marine Le Pen à Alemanha de Angela Merkel, passando pela Inglaterra de Theresa May (a debater-se com novo atentado), de forma cada vez mais intensa, cheira a Trump(a).

Mudemos de aroma e de rumoSejamos frontais e não abdiquemos de pensar. Não abdiquemos de expor o que pensamos. Não abdiquemos de lutar por aquilo em que acreditamos. De forma serena, mas firme é tempo de David se impor a Golias.

sexta-feira, 17 de março de 2017

PSD, aquele remake do programa a Roda da Sorte

O famoso programa da década de 90, com a apresentação brilhante do grande Herman José, era composto por três concorrentes que escolhendo vogais e/ou consoantes teriam de descobrir a palavra ou o conjunto de palavras escondidas.

Cada programa era único. Desde o entretenimento do apresentador até à descoberta do nome escondido era o topo de audiências na época (bem, também não era difícil só havia quatro canais).



Com a chegada das eleições autárquicas, o PSD numa tentativa de subir audiências, faz-nos chegar uma espécie de roda da sorte. Na esperança que a sorte de alguém resolva os problemas de outros. Que as palavras, por trás dos biombos desvendem soluções. Que as soluções indiquem nomes. Que os nomes resultem em sorte...roda e roda e roda...

E assim o humorista numa versão de “que se lixe o programa”, dispara para todo o lado e não acerta em ninguém, apenas destrói o cenário, estoira com as soluções. No entanto continua à espera da sorte...

Para quem é desse tempo recorde:






Teresa Leal Coelho - A Bomba Atómica

Dita o bom senso que em período pré eleitoral haja alguma contenção nas palavras, especialmente para quem tem responsabilidades partidárias. O que não é o meu caso.

São processos tão complexos, que mexem com tantas sensibilidades, com as aspirações de tanta gente, que uma vez tomadas as decisões, a esmagadora maioria dos dirigentes partidários opta por esperar pelo resultado das eleições para tirar os dividendos políticos dos erros dos seus líderes.

Se há pouco tempo atrás o Fernando Medina era visto como um candidato fraco, sem notoriedade, um autarca incapaz de planear as obras na cidade, (lê mais aqui), e era visto como um presidente diminuído na legitimidade pela forma como o António Costa lhe deixou o poder nas mãos, hoje em dia as coisas já não são assim tão claras.  

Apesar disso, o CDS apostou pesado, apresentou a sua líder, Assunção Cristas, uma mulher que tem vindo a subir nas sondagens. Uma candidata que não perdeu tempo a posicionar-se como a candidata das famílias, a candidata que coloca a família à frente de tudo, a candidata que finalmente põe os problemas do setor financeiro na posição que merecem, uma candidata que preferiu assinar sem ler a resolução do BES a interromper as férias em família (lê mais aqui).

Mais estratégico, como sempre, Pedro Passos Coelho também jogou forte e acabou por trocar as voltas a todos.

Sendo Lisboa essencial para a estratégia autárquica do PSD, Pedro Passos Coelho deixou que as estruturas locais partidárias e a coordenação autárquica se convencessem que mandavam alguma coisa e foi gerindo o tempo como quis. Para poupar tempo, pediu ao José Eduardo Martins para escrever o programa eleitoral e ao mesmo tempo deixou que os nomes de Santana Lopes, Morais Sarmento, Jorge Moreira da Silva, José Eduardo Moniz, Pedro Reis, Carlos Barbosa, e Maria Luís Albuquerque (lê mais aqui) circulassem para assim garantir que ninguém descobria a sua estratégia.

Como sempre a estratégia estava acima de tudo.

Mesmo quando um milhar de lisboetas reconheceram o líder o PSD como o único capaz de ganhar as eleições em Lisboa e lhe pediu para dar a cara pela cidade capital do país, nem assim ele cedeu (lê mais aqui). Mas afinal tudo tinha um sentido.

A escolha do líder do PSD é Teresa Leal Coelho, e percebe-se porquê (lê mais aqui). Pedro Passos Coelho escolhe a única candidata capaz de condicionar tanto o posicionamento da Assunção Crista como o do Medina.

Se não vejamos:

No combate com Cristas, ambas são mulheres, licenciadas em Direito e ambas se posicionam como as candidatas da família. Aqui Teresa Leal Coelho evidencia-se pela forma como liderou a contestação à co-adoção por casais homossexuais, ao ponto de se ter demitido da liderança de bancada do PSD. A idade e a experiência profissional, tanto académica como pela diversidade (passagem pelo CCB e pela administração de Vale e Azevedo na SAD do Benfica) são pontos a favor da candidata anunciada por Pedro Passos Coelho.

No combate com Medina, a candidata do PSD consegue sair valorizada por ser mulher e por conseguir condicionar de forma muito eficaz a diversidade do percurso político do Medina. É que se este é nascido e criado no Porto e foi eleito deputado em 2011 pelo distrito de Viana do Castelo, a Teresa Leal Coelho foi eleita deputada, nesse mesmo ano, pelo distrito do Porto e na legislatura seguinte, em 2013, pelo distrito de Santarém. Como autarca, apesar de se fazer substituir a maior parte das vezes por ser deputada, a candidata do PSD tem ainda a seu favor o facto de ter sido eleita vereadora em Lisboa.

Com esta escolha, que apanhou as estruturas do PSD de surpresa (lê mais aqui), Pedro Passos Coelho mantém viva a sua estratégia e nisto há que reconhecer que Pedro Passos Coelho não brinca, apoiando alguém da sua inteira confiança, casada com o seu ex-chefe de gabinete (lê mais aqui), professora na Universidade Lusíada, onde Passos terminou o curso, e sua vice-presidente, uma apoiante incontestável...

Claramente Pedro Passos Coelho continua a preparar as próximas eleições legislativas.










quarta-feira, 15 de março de 2017

Foi chão que já deu uva

A estabilidade enquanto argumento a favor da monarquia parece ter sido chão que já deu uva.

Em 2014 escrevi sobre a fragilidade dos argumentos a favor da monarquia (podes reler aqui), agora, com o Brexit, tudo indica que a monarquia de pouco tem valido para manter a unidade do Reino Unido...


Assim:
  1. Nicola Sturgeon, primeiro-ministro da Escócia anunciou há poucos dias mais um referendo para se tornar independente do Reino Unido(lê mais aqui);
  2. O partido Sinn Féin, da Irlanda do Norte, exigiu também um referendo para a independência do Reino Unido (lê mais aqui);
  3. E até no País de Gales se começam agora a ouvir vozes a defender um referendo pela independência, mas aqui apenas no caso da Escócia também sair (Lê mais aqui)
Espera-se pelas cenas dos próximos capítulos....


terça-feira, 14 de março de 2017

Montepio, o último Banco do Povo


O Montepio Geral Associação Mutualista é uma instituição que agrega uma Caixa Económica, podendo assim apresentar-se como um Banco com produtos e benefícios especiais para os seus clientes/associados, produtos e benefícios esses com origem na Associação Mutualista e também na Caixa Económica. 

Aquilo que poderia (e deveria) ser o paradigma da atividade financeira – que associava a nobreza e os princípios do mutualismo à intervenção financeira – parece hoje ser um mau exemplo.

O Montepio Geral Associação Mutualista, fechou as contas de 2015 com capitais negativos superiores a 107 milhões de euros, segundo refere uma auditoria da KPMG. Desta forma, clarifica a KPMG, fica claro que o passivo é superior ao ativo, incluindo um resultado negativo, imputado aos mutualistas, de 251.445 milhares de euros.

Na qualidade de Associado e de cidadão fico preocupado. O Montepio Geral enfrenta hoje um cenário de falência técnica, tendo neste momento a necessidade urgente de uma injecção de fundos. 

São apontadas duas soluções de curto prazo para resolver o (grave) problema. A primeira solução é o recurso capital por via de um empréstimo. A segunda solução passa pela venda de activos que o Montepio (Associação e Caixa Económica) possui em carteira.

Mas apesar da preocupação que devemos ter com as poupanças das pessoas e a sua salvaguarda é também importante exigir explicações e responsabilidades aos supervisores. 

No caso da Caixa Económica o supervisor (Banco de Portugal) apresentou um relatório muito crítico da liderança e gestão da instituição, no entanto vem tarde e talvez venhamos a encontrar sinais de pouca diligência na supervisão.

Quanto à Associação Mutualista a situação é bem mais preocupante e vergonhosa. Neste caso a Supervisão/Fiscalização é da responsabilidade da tutela, nomeadamente a Segurança Social (Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e aqui a negligência é muito mais preocupante. 

Sendo que as contas agora avaliadas dizem respeito ao ano de 2015, levantam-se várias questões a diferentes protagonistas:

O que fez o Ministro Pedro Mota Soares (PSD/CDS) para verificar a situação do Montepio enquanto responsável pela tutela? 

E o que fez o Ministro Vieira da Silva (PS) que sempre refere a necessidade de mais transparência e intervenção? 

O que fizeram estes responsáveis? Nada. Não fizeram nada!

Importa referir que ao nada fazerem permitiram que mais uma entidade do sistema financeiro português esteja hoje em posição frágil. Mas o Montepio não é só “mais uma” entidade. É a única Associação Mutualista com uma Caixa Económica em Portugal. É o último espécimen de um “Banco do Povo”. No Montepio são os Associados que intervêm e mandam(ou deveriam ser).

O Montepio Geral esteve exposto às mais variadas interferências políticas nos últimos 25 anos e para o confirmar basta verem quem compunha os órgãos sociais e respectivos Conselhos de Administração ao longo dos tempos. Esta é também uma das principais causas da atual situação - associado a má gestão -  e talvez por isso nenhum responsável político tenha feito o que deveria.

Compete agora a todos responsabilizar aqueles que fingem nada saber, desde os supervisores Banco de Portugal e Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, passando pelo Parlamento e comissões responsáveis, acabando na própria elite financeira. 

Todos, em certa medida, têm de ser responsabilizados com penalizações diferentes, mas efectivas.


Temos o dever de exigir responsabilidades e com isso ajudar a salvar o “último Banco do povo”, para bem do sistema bancário e principalmente para bem do Mutualismo.


sexta-feira, 10 de março de 2017

Laivos de um novo Marxismo


Carlos Costa não sai da Supervisão, sai a Supervisão de Carlos Costa. Manifestações marxistas e leninistas do exercício do poder e das funções públicas que dissimuladamente asfixiam as instituições e a nossa democracia.
 

 

Marcelo

De vez em quando, especialmente quando vagueio por alguns fóruns da direita democrática, não consigo deixar de me recordar de uma história atribuída ao Churchill.

(imagem retirada de parliament.uk)

Diz-se que um dia, o histórico estadista britânico terá levado um sobrinho, ou um neto, ou um sobrinho neto (dependendo das versões, mas vou assumir que era um neto) em visita ao parlamento britânico, onde lhe foi explicando como decorriam os trabalhos. A dada altura terá descrito onde discursava e onde se sentavam os parlamentares da oposição, apontado para a bancada à sua frente. O seu  neto terá então assumido ao seu avô que os inimigos se sentavam nessa bancada à sua frente, o que terá sido prontamente corrigido por Churchill, "não, à frente sentam-se os adversários, os inimigos sentavam-se aqui atrás e ao lado do avô".

Percebe-se que este mal de se confundir um partido político com um clube de futebol, esta visão maniqueísta de se dividir as pessoas em índios e cowboys, entre bons e maus, é um hábito antigo e transnacional. 

Na parte que me toca, o facto do Marcelo Rebelo de Sousa se demarcar da forma de atuar dos seus antecessores apenas dignifica a Presidência da República.


(imagem Nuno Fox/Lusa)