sexta-feira, 4 de outubro de 2019
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
PSD - REQUISITEM-SE OS SERVIÇOS MÍNIMOS
Com o aproximar das
eleições legislativas para outubro próximo, o que se vê da parte do maior
partido da oposição, é uma total ausência de combate político. Não se
compreende onde assenta a estratégia da atual direção do PSD, com sucessivas ausências
aos mais importantes temas em discussão e em debate na nossa sociedade. Apenas
fugazmente vai aparecendo dando alguns sinais de vida. O PSD que se quer apresentar
ao povo Português como alternativa ao atual Governo Socialista, está há muito
em greve de oposição, não transmitindo ao seu eleitorado, de uma forma convincente,
o que realmente são as suas propostas e ideias para o país. Se na política houvesse
serviços mínimos obrigatórios, o PSD não estaria no declínio que aparenta.
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Américo, Belmiro e Alexandre…3 referências
Entre o dia 13 de julho de 2017 e
o dia 16 de agosto de 2019, Portugal perdeu três das maiores referências do
sucesso “made in Portugal”, nomeadamente Américo Amorim (Corticeira Amorim),
Belmiro de Azevedo (Sonae) e Alexandre Soares dos Santos (Pingo Doce).
É hoje consensual que estes empresários
marcaram uma época de evolução económica em Portugal e os seus projetos
empresariais, para além de motores da economia nacional, estão entre os que mais
empregos geraram nas últimas décadas.
Mas, como já havíamos assistido
em 2017, a partida destes empreendedores, que muito contribuíram para o desenvolvimento
do País, revelou a intolerância de alguns dirigentes políticos dos dois
principais parceiros do PS na geringonça, Bloco de Esquerda e PCP.
Estes partidos, indignados, levantaram
a voz e revelaram-se como a “extrema esquerda”, deixando cair a máscara que os
transforma (de quando em vez) na “esquerda mais à esquerda do PS”.
Atacaram de forma vil, torpe e
cobarde a honra, reputação e percurso profissional destes homens, precisamente no
momento em que se deve privilegiar o recato, o silêncio e o respeito pela
memória de quem partiu.
Num exercício de demagogia e populismo,
desrespeitaram as suas famílias no momento mais difícil e revelaram ausência de
espírito democrático, sentido de estado, tolerância e respeito.
Dizia o Economista John Galbraith
que: “Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.”, portanto convém
aqui avivar memórias.
Estes que criticam de forma
intolerante Soares dos Santos, Belmiro de Azevedo e Américo Amorim, são os
mesmos que, por ausência seletiva de memória, omitem as visitas, em 1998 e
2000, do ditador Cubano, Fidel Castro, recebido com honras de estado por
António Guterres.
Falamos dos mesmos elementos da
esquerda parlamentar, que aprovou um voto de pesar pela morte de Fidel, em
2016, onde se dizia que era “Uma referência incontornável que consagrou a sua
vida aos ideais do progresso social e da paz”.
A mesma esquerda parlamentar que rejeitou
os votos de pesar a Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, eles sim, grandes
referências portuguesas e que foram, nas suas vidas, a antítese do brutal ditador
cubano.
Estes intolerantes são os mesmos
que, em silêncio, viram José Sócrates receber em 2008, Hugo Chavez, Presidente
da Venezuela e um dos mais duros ditadores da América do Sul.
O Bloco de Esquerda, aliás, pela
voz da eurodeputada Alda Sousa, defendeu que Chávez promoveu e garantiu uma “luta
muito importante contra o imperialismo e contra o FMI”.
Mas a falta de memória vai ainda
mais longe, chegando ao ponto de omitirem a excitação de verem o abraço de José
Sócrates ao amigo Khadafi, que foi um dos mais cruéis ditadores dos nossos
tempos.
Criticam energicamente, homens e
mulheres que são referências positivas de Portugal, mas em contrapartida,
veneram alguns dos maiores ditadores da história, revelando uma total
incoerência, uma enorme desonestidade intelectual e uma atitude extremista só
vista em regimes não democráticos.
Apesar de tudo isto devemos ser
superiores e defender uma cultura democrática onde não se vencem os que têm
opiniões diferentes com intolerância, calando-os, banindo-os ou excluindo-os.
Devemos vencê-los, ouvindo-os e
enfrentando-os para assim desmascarar as suas contradições, expor as suas
fragilidades, denunciar o seu populismo e arrasar os seus valores desvirtuados.
É este exercício que se pretende
fazer neste artigo de opinião desmascarando as contradições destes
protagonistas, expondo as suas fragilidades evidentes, denunciando o seu
populismo imaturo e confrontando os seus valores claramente desvirtuados.
Não devemos nutrir simpatia por
nenhum tipo de extremismo onde alguns tentam reinar, promovendo a intolerância e
procurando fazer opinião como se fosse uma verdade absoluta e inquestionável.
Sobre estes três grandes
senhores, perguntamos: Terão cometido erros? Com certeza que sim, como todos os
homens e mulheres, por vezes, cometem.
No entanto são homens a quem a
grande maioria dos portugueses deve, senão admiração, pelo menos, respeito, que
alguns - sem qualquer cultura democrática - parecem não querer mostrar.
Em sentido contrário, se desprezarmos os nossos melhores homens e mulheres, cultivaremos uma democracia frágil, assente numa sociedade ignorante e susceptível aos populismos e extremismos políticos e ideológicos.
Artigo publicado na edição on-line do Jornal Público.
Link:
https://www.publico.pt/2019/08/21/politica/opiniao/americo-belmiro-alexandre-tres-referencias-1884065
sexta-feira, 19 de julho de 2019
As Mulheres da Minha Vida
A democrata-cristã alemã Ursula
von der Leyen conseguiu, no passado dia 16 de julho, o feito histórico de se
tornar a primeira mulher a presidir à Comissão Europeia. Este é mais um passo
importante para acabar com a clivagem existente entre homens e mulheres na
liderança de topo, em cargos públicos e privados.
O género não deve ser um fator
para determinar se uma pessoa pode ou não ser um grande líder. As habilidades
de liderança de uma pessoa devem depender de suas forças individuais, traços de
personalidade e qualidades pessoais.
No entanto, em muitos casos, as
mulheres não são encorajadas a assumir papéis de liderança com a mesma
frequência que os seus colegas homens, contribuindo para um desequilíbrio nos
cargos de poder.
As mulheres são tão qualificadas
quanto os homens e começa a ser cada vez mais difícil entender a disparidade
entre cargos de liderança atribuídos a mulheres e homens.
As mulheres nem sempre percebem o
quanto estão preparadas para o sucesso em papéis de liderança, mas o seu
potencial e as suas habilidades são inegáveis e equivalentes às dos homens (sendo
em muitos casos até superiores).
Convivo diariamente com 4
mulheres extraordinárias – a minha mãe, a minha mulher e as minhas duas filhas
– e todas elas me fazem ver, de uma maneira ou de outra, que liderar no
feminino e em pé de igualdade com o masculino, é o caminho do futuro.
Com base nas mulheres da minha
vida reconheço que elas valorizam o equilíbrio entre vida pessoal, escolar e
profissional com muito sentido de responsabilidade.
Aliás eu revejo-me inteiramente
na citação da empresária Rita Rivotti, que diz que: “Ser mãe é um trabalho bem
mais exigente do que gerir uma empresa”, e desta realidade eu não tenho dúvida
enquanto Filho, Marido e Pai.
As mulheres são capazes de
equilibrar as habilidades de liderança profissional e pessoal tornando mais
fácil as abordagens de um pedido pessoal ou até uma pergunta sensível. As
mulheres valorizam o desempenho profissional, mas têm sempre a preocupação de
garantir, para si e para as suas equipas, o equilíbrio entre a vida pessoal e
profissional.
Entre muitas outras qualidades na
liderança, as mulheres concentram-se no trabalho em equipe e demonstram
consistentemente paixão, entusiasmo e uma imensa capacidade de servir e ser
servidas por outras pessoas. Tenho a
profunda convicção que com as mulheres a partilhar cargos de liderança o
ambiente é menos autoritário, mais cooperativo e mais familiar.
As mulheres também são grandes
líderes, por outro factor fundamental. São por natureza multifacetadas e têm a
capacidade de responder de forma decisiva e rápida a tarefas e problemas
simultâneos e diferentes, sendo esta forma de agir uma componente crítica para
uma liderança bem-sucedida.
As mulheres também são motivadas
por desafios como os homens, mas diferenciam-se na capacidade de se assumirem
como as eternas solucionadoras de problemas criativos motivados por obstáculos,
quer de natureza familiar, quer de natureza profissional.
Outra qualidade chave no feminino
é a forma como lidam com situações de crise. Muitas mulheres, especialmente
mães, são cuidadoras inatas e sabem lidar com situações de crise em casa com
compaixão, generosidade e muita paciência.
Estes atributos tornam-se muito
relevantes quando uma mulher líder é confrontada com situações de crise e são
uma mais valia enorme. As mulheres equilibram carreiras e famílias. As mulheres
gerem, ajustam e concentram-se em soluções.
As mulheres desafiam as
probabilidades quando falamos de liderança. Fazem-no desde sempre, para
combater os estigmas sociais impostos que menorizam as mulheres e tentam
enfraquecer a figura feminina.
Quando alguém tem mais
dificuldades em se impor, é preciso um empurrão extra para chegar ao topo. É por
isso que as mulheres que emergem no topo são extraordinariamente fortes e
capazes, porque tiveram que lutar muito mais que um homem para lá chegar.
Mas a qualidade que mais me
apaixona nas mulheres da minha vida é uma enorme capacidade para sonhar. As mulheres
transformam aquilo que poderíamos considerar pouco positivo numa liderança - onde
o foco deve ser regra - numa arte de acreditar que os sonhos se tornam
realidade.
A capacidade inata de sonhar
alto, desafiar suposições e inspirar equipes permite às mulheres traduzir
grandes ideias em ação e resultados concretos. Desta forma gerem as suas
famílias e as suas carreiras e é desta forma que devemos querer que assumam a
liderança do futuro a par dos homens.
A liderança no feminino é
fundamental e o equilíbrio entre homens e mulheres deve ser o único caminho a
seguir nesta matéria tão sensível. Rejeito radicalismos masculinos e femininos
de qualquer ordem, respeitando, no entanto, a diversidade de opiniões.
Artigo publicado no Jornal i, a 19-07-2019:
https://ionline.sapo.pt/artigo/665551/-as-mulheres-da-minha-vida?seccao=Opiniao_i
segunda-feira, 15 de julho de 2019
Oscilações!
Pedro Santana Lopes oscila num período conhecido, mais ou menos 30 dias.
Tão depressa referenda as touradas, como emprega toureiros...
Em Junho:
https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/santana-lopes-quer-agora-referendar-touradas-e-abolir-a-sua-transmissao-na-rtp-mas-em-privado-sempre-foi-um-apreciador-verdade-ou-mentira
Em Julho:
https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/alianca-escolheu-toureiro-como-candidato-a-deputado-a-assembleia-da-republica?fbclid=IwAR2g0xOJ7rHoshQSYyUWwKK6XS_whsazBYSM1bVc3Kt1-GwHjDnBSRADvbE
Exactamente um mês depois...
Tão depressa referenda as touradas, como emprega toureiros...
Em Junho:
https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/santana-lopes-quer-agora-referendar-touradas-e-abolir-a-sua-transmissao-na-rtp-mas-em-privado-sempre-foi-um-apreciador-verdade-ou-mentira
Em Julho:
https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/alianca-escolheu-toureiro-como-candidato-a-deputado-a-assembleia-da-republica?fbclid=IwAR2g0xOJ7rHoshQSYyUWwKK6XS_whsazBYSM1bVc3Kt1-GwHjDnBSRADvbE
Exactamente um mês depois...
quinta-feira, 11 de julho de 2019
terça-feira, 11 de junho de 2019
domingo, 2 de junho de 2019
Fora de brincadeiras...
Muito provavelmente formará coligação com o PAN!
https://www.jn.pt/ntv/interior/nao-estou-a-brincar-jose-castelo-branco-garante-que-vai-concorrer-as-legislativas-10968868.html
sexta-feira, 31 de maio de 2019
A crise de representação
Em períodos
excepcionais, a política ultrapassa a esfera da gestão dos assuntos públicos e
alarga as próprias fronteiras para o espaço de intervenção partidária na
própria democracia, enquanto sistema.
O tacticismo e o
convencional têm transformado o paradigma da política ao longo dos tempos,
pelos piores motivos, e isso revela-se com o crescente afastamento dos
eleitores.
Assistimos, em Portugal e na Europa, a uma degradação da democracia representativa e a sociedade portuguesa reage com uma omissão cívica preocupante.
Assistimos, em Portugal e na Europa, a uma degradação da democracia representativa e a sociedade portuguesa reage com uma omissão cívica preocupante.
Nestes novos
tempos, a todo o momento, a palavra “Crise” surge nas discussões políticas quando
ouvimos falar em crise económica, crise social, crise diplomática, crise de
valores, crise de liderança, crise de regime e agora a mais preocupante de todas,
a crise de representação.
A política e as
crises tornaram-se realidades inseparáveis ao ponto de poder dizer-se que uma
pressupõe a outra. Sem crises, num mundo perfeito, a política seria quase
dispensável.
Mas quando falamos de crise de representação abre-se um novo tempo negro, em que não temos noção das consequências futuras.
Mas quando falamos de crise de representação abre-se um novo tempo negro, em que não temos noção das consequências futuras.
Hoje vivemos
claramente uma crise de representação e o maior exemplo disso foram os cerca de
70% de abstenção nas últimas eleições Europeias. Só 3 em cada 10 portugueses
foram votar e não parece que apenas 30% de uma população possa representar os
demais 70% alheados.
No momento atual
em que, sem que muitos o percebam, vivemos a crise da própria política, temos
inevitavelmente de adotar uma estratégia capaz de reanimar, no curto prazo, uma
democracia que parece estar, ela sim, condenada á irrelevância.
Têm de se
restruturar os Partidos Políticos na sua estrutura, funcionamento, organização
e nas formas como comunicam com o eleitorado.
Têm de ser
combatidos os vícios do sistema parlamentar definindo critérios objetivos para
a ação política, para a participação política e até para a eleição e nomeação para
cargos públicos.
Têm de se
derrubar as barreiras do sistema político atual onde predomina a
desresponsabilização dos seus protagonistas e ausência de fiscalização dos
eleitos pelos eleitores.
Têm de ser
enfrentados os interesses mais ou menos instalados na administração publica,
nos órgãos de poder, nos grupos de pressão e nos grupos de interesses particulares
(sindicatos, Associações, Ordens Profissionais, etc).
Mas temos também
de aproveitar o momento para refletir, com os protagonistas da opinião
publicada e com a comunicação social em geral, sobre a sua responsabilidade
neste estado de coisas. Não pode a Comunicação Social - o 4º Poder - assobiar e
olhar para o lado como se, também ela, não tivesse responsabilidades no estado
da arte.
Este é o momento
de todos os protagonistas em Portugal aproveitarem esta “Crise” e ajudar a mudar
os paradigmas de comunicação, representação e de formas de participação
política para o futuro.
Mecanismos de
participação política tradicionais como por exemplo a Petição, a Representação,
a Reclamação e a Queixa, pelos poucos resultados que produzem estão
completamente obsoletos e são ineficazes nos novos tempos.
Este é momento
de colocar a debate as ideias mais disruptivas e ousadas (dentro de critérios
de responsabilidade) para poder mudar o futuro da democracia participativa e assim
aproximar os cidadãos da política.
Como disse Winston
Churchill: “Nunca devemos desperdiçar uma boa crise.” E Churchill sabia muito
bem como as enfrentar e potenciar. Temos de o fazer e não embarcar na demagogia
fácil de quem não quer mudar nada.
É urgente
encontrar consensos alargados que promovam uma reforma eleitoral e política com
os olhos postos nos interesses das pessoas. Mas mais ainda é preciso encontrar
consensos alargados para as reformas estruturais de um País em que a democracia
participativa é elemento vital.
Hoje o vínculo
entre os cidadãos e os políticos tem vindo a dar lugar a uma crescente
indiferença, desconfiança e afastamento e é exatamente este vínculo de
confiança que temos de ver reforçado, sob pena de termos repetidamente 30% de
opiniões a comandarem 100% de portugueses.Este artigo foi Publicado no Jornal Público a 30-05-2019. Segue o link abaixo:
https://www.publico.pt/2019/05/30/politica/opiniao/crise-representacao-1874786
quinta-feira, 30 de maio de 2019
segunda-feira, 27 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
A humilhação do Serviço Nacional de Saúde
O Ricardo Leite resumiu em vídeo a situação da Ala Pediátrica do Hospital de São João no Porto, onde crianças estão a receber o tratamento oncológico em barracões.
Deviam mostrar este vídeo sempre que se falar do Serviço Nacional de Saúde.
quarta-feira, 22 de maio de 2019
O silêncio é um aliado importante em campanha eleitoral
Com um candidato fraco e dado a momentos caricatos, aparentemente, o PS está a conseguir contrariar a tendência que o PSD parecia impor no início da campanha para as europeias.
Em abril os números das sondagens JN/TSF/Pitagórica previam um empate técnico entre PS e PSD. No entanto, apesar de todas as gaffes, e de se apresentarem com uma campanha à imagem do candidato, os números mais recentes começam a dar um sinal de recuperação de Pedro Marques.
Apesar de estarem a assumir um discurso tradicional de direita, a entrada de António Costa na campanha e a diminuição da presença de Pedro Marques começaram a fazer efeito.
Depois do esforço de dispersão do eleitorado de direita, com o surgimento de partidos Liberais, como o Aliança e o Iniciativa Liberal, cuja página de Facebook já foi uma página de apoio a António Costa, a campanha do PS parece estar obcecada com o o eleitor que votou em Pedro Passos Coelho, e apresenta uma linha claramente virada para atributos que o António Costa não conseguiu associar na campanha de 2017.
O PS tem feito um esforço para trabalhar atributos que normalmente não lhe estão associados, como a responsabilidade, as contas certas e capacidade de execução.
A responsabilidade: Sinceramente, não sei qual a ideia mais difícil de passar ao eleitor, se a ideia de que o Partido de José Socrates pode ser responsável, ou se a ideia de que Pedro Marques consegue dar mais que indicações de trânsito a António Costa.
As contas certas: Acho difícil destronar Pedro Passos Coelho nas contas certas.
A ocupação do espaço do PSD não se fica por aqui, a ideia de que o PS representa o partido do trabalho também está a ser testada na campanha de Pedro Marques.
E se isto já não era estranho o suficiente, o PS foi ainda mais longe, foi buscar o slogan à campanha do Fernando Nogueira de 1995.
Mas isto de pouco importa para o resultado eleitoral do PS, o relevante é que o Pedro Marques fale o menos possível e que o António Costa dê a cara.
Em abril os números das sondagens JN/TSF/Pitagórica previam um empate técnico entre PS e PSD. No entanto, apesar de todas as gaffes, e de se apresentarem com uma campanha à imagem do candidato, os números mais recentes começam a dar um sinal de recuperação de Pedro Marques.
Apesar de estarem a assumir um discurso tradicional de direita, a entrada de António Costa na campanha e a diminuição da presença de Pedro Marques começaram a fazer efeito.
Depois do esforço de dispersão do eleitorado de direita, com o surgimento de partidos Liberais, como o Aliança e o Iniciativa Liberal, cuja página de Facebook já foi uma página de apoio a António Costa, a campanha do PS parece estar obcecada com o o eleitor que votou em Pedro Passos Coelho, e apresenta uma linha claramente virada para atributos que o António Costa não conseguiu associar na campanha de 2017.
O PS tem feito um esforço para trabalhar atributos que normalmente não lhe estão associados, como a responsabilidade, as contas certas e capacidade de execução.
A responsabilidade: Sinceramente, não sei qual a ideia mais difícil de passar ao eleitor, se a ideia de que o Partido de José Socrates pode ser responsável, ou se a ideia de que Pedro Marques consegue dar mais que indicações de trânsito a António Costa.
As contas certas: Acho difícil destronar Pedro Passos Coelho nas contas certas.
A ocupação do espaço do PSD não se fica por aqui, a ideia de que o PS representa o partido do trabalho também está a ser testada na campanha de Pedro Marques.
E se isto já não era estranho o suficiente, o PS foi ainda mais longe, foi buscar o slogan à campanha do Fernando Nogueira de 1995.
Mas isto de pouco importa para o resultado eleitoral do PS, o relevante é que o Pedro Marques fale o menos possível e que o António Costa dê a cara.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
O spin do Bispo
Quem estuda propaganda sabe que se há instituição que percebe de comunicação é a Igreja.
No dia 20 de abril o Bispo do Porto, D. Manuel Linda, vem a terreiro assumir em entrevista à TSF que a sua diocese será a primeira a recusar criar uma comissão para lidar com eventuais casos de abuso sexual de menores. Nesta entrevista, chega mesmo a dizer que criar uma comissão para lidar com casos de Pedofilia na Igreja é tão util como criar uma comissão que estude a queda de um meteorito na cidade do Porto. Aparentemente, para este Bispo, a pedofilia na Igreja é uma questão de astronomia, tão rara como a queda de um meteorito.
Feita a borrada, começa a funcionar a máquina de comunicação, no dia seguinte, dia 21 de abril, o mesmo Bispo, D. Manuel Linda, atira para os média um novo tema - O encerramento dos Supermercados ao domingo. Como não havia tempo para entrevista, as declarações foram feitas na Sé da Diocese durante a homilia da Páscoa.
Não fosse para abafar o primeiro tema, o spin até se poderia perceber à luz de quem não tem família, nem compras para fazer ao fim de semana. Mas pronto, aparentemente é mais importante o que fazemos ao domingo do que a queda de um meteorito.
Hoje foi com espanto que vi o PCP defender o spin do Bispo.
No dia 20 de abril o Bispo do Porto, D. Manuel Linda, vem a terreiro assumir em entrevista à TSF que a sua diocese será a primeira a recusar criar uma comissão para lidar com eventuais casos de abuso sexual de menores. Nesta entrevista, chega mesmo a dizer que criar uma comissão para lidar com casos de Pedofilia na Igreja é tão util como criar uma comissão que estude a queda de um meteorito na cidade do Porto. Aparentemente, para este Bispo, a pedofilia na Igreja é uma questão de astronomia, tão rara como a queda de um meteorito.
Feita a borrada, começa a funcionar a máquina de comunicação, no dia seguinte, dia 21 de abril, o mesmo Bispo, D. Manuel Linda, atira para os média um novo tema - O encerramento dos Supermercados ao domingo. Como não havia tempo para entrevista, as declarações foram feitas na Sé da Diocese durante a homilia da Páscoa.
Não fosse para abafar o primeiro tema, o spin até se poderia perceber à luz de quem não tem família, nem compras para fazer ao fim de semana. Mas pronto, aparentemente é mais importante o que fazemos ao domingo do que a queda de um meteorito.
Hoje foi com espanto que vi o PCP defender o spin do Bispo.
terça-feira, 14 de maio de 2019
quinta-feira, 9 de maio de 2019
terça-feira, 23 de abril de 2019
A Grândola Vila Morena de António Costa
Em 2015 um dos Comícios do António Costa foi interrompido por um jovem revoltado que defendia que a verdadeira alternativa ao Passos Coelho era por políticos a limpar florestas. Ontem, outro jovem revoltado invade novamente o palco onde António Costa se preparava para discursar para gritar aos sete ventos que não quer mais aviões.
A verdade é que tal como terá havido uma máquina por trás das serenatas do Grândola Vila Morena aos membros do governo do Passos, também me parece coincidência a mais estes marmanjos invadirem comícios com mensagens que mais parecem desculpas para conseguirem os seus 5 minutos de fama.
Veja as diferenças:
2019
segunda-feira, 22 de abril de 2019
Cidadania e Governação
OPINIÃO | O afastamento dos cidadãos da participação política e as possíveis soluções para o futuro.
Pode ver também o artigo publicado no Jornal Público:
https://www.publico.pt/2019/04/10/opiniao/opiniao/cidadania-governacao-1868610
quinta-feira, 18 de abril de 2019
Qual é o Partido das contas certas?
Hoje saiu uma sondagem que revela que as coisas não estão a correr assim tão bem ao PS. Apesar de se esperar uma vantagem maior da candidatura de Pedro Marques nas eleições europeias, atualmente a distância para o PSD é inferior à margem de erro. Uma sondagem que provavelmente reflete o familygate que assombrou o governo nos últimos tempos.
É perfeitamente compreensível que um candidato mais apagado procure capitalizar a imagem e as medidas positivas de um Governo com aceitação popular. No entanto, essa colagem traz o bom e o mau, ou seja, corre bem quando há uma revolução nos passes sociais e corre mal quando há um familygate.
A coisa piora se as mensagens também não estão alinhadas. Uma coisa é quando falamos numa linguagem concordante com a perceção que os eleitores têm do governo. Outra coisa diferente é quando tentamos passar uma mensagem que está ao nível das piores campanhas do adversário.
É perfeitamente compreensível que um candidato mais apagado procure capitalizar a imagem e as medidas positivas de um Governo com aceitação popular. No entanto, essa colagem traz o bom e o mau, ou seja, corre bem quando há uma revolução nos passes sociais e corre mal quando há um familygate.
A coisa piora se as mensagens também não estão alinhadas. Uma coisa é quando falamos numa linguagem concordante com a perceção que os eleitores têm do governo. Outra coisa diferente é quando tentamos passar uma mensagem que está ao nível das piores campanhas do adversário.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Ao ver estas imagens no programa da Netflix - "o nosso planeta", lembrei-me do Doutor especialista em óculos, Bolo-Rei e alterações climáticas, José Diogo Quintela... Já o estou a ver escrever o próximo artigo no Observador - vai dizer que se trata de um problema de falta de óculos (com desconto da MultiOptica) e não de alterações climáticas.
terça-feira, 19 de março de 2019
segunda-feira, 18 de março de 2019
sexta-feira, 15 de março de 2019
ANTES TIVESSE IDO PARA PARIS
O Semanário Sol, publicita que «Passos Coelho foi aumentado em 800 euros pelo ISCSP depois de passar a
"tempo integral"».
A respeito desta NÃO NOTÍCIA, vamos por partes:
A legislação determina que os professores convidados são
recrutados, por convite, de entre individualidades, nacionais ou estrangeiras,
cuja reconhecida competência científica, pedagógica e ou profissional na área
ou áreas disciplinares em causa esteja comprovada curricularmente. É o caso de
Pedro Passos Coelho nas áreas de administração
pública e ciência política.
Pedro Passos Coelho não é catedrático. Pois
bem, vejamos os exemplos de Mário Soares, Luís Amado, Paulo Macedo, Vítor
Constâncio ou Guilherme d’Oliveira Martins que não sendo doutorados foram
convidados para o cargo de professor catedrático convidado.
O regime de contratação de professores convidados serve
precisamente para dar liberdade à academia de ir procurar no mundo
não-académico determinadas experiencias que a Cátedra não detém ou não consegue
por outra via assegurar.
Por fim a questão remuneratória. Pedro
Passos Coelho passou do regime de “tempo parcial” para “tempo integral”, o que
implicou como é obvio a respetiva mudança salarial, representada num aumento de
800 euros.
Resumindo e concluindo, antes Pedro Passos Coelho tivesse ido
para Paris a expensas dos amigos e estes escândalos não sucediam!!!
sexta-feira, 1 de março de 2019
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
O Parlamento português já passa atestados
Esta semana o Parlamento decidiu alterar o sistema de registo de presenças. Esta necessidade surgiu no seguimento de várias situações de falsas presenças reportados na comunicação social.
Há anos que o Parlamento tem institucionalizado um sistema de registo de presenças falsas, por parte dos deputados.
E há várias justificações:
Todos os argumentos têm como fundo o facto do trabalho parlamentar ser muito mais que a presença nas Sessões do Parlamento, e este facto parece-me incontestável. Mas, isto não pode servir de argumento para não se cumprir a Lei.
Tanto o argumento funcional como o financeiro não fazem sentido, pois no primeiro o problema está na responsabilidade, ou falta dela, de cada deputado e na necessidade de se repensar a forma como se vota no parlamento e no cuidado a ter na escolha das listas de cada partido. O segundo argumento cai num campo ainda mais perverso, o da fraude para se obter um benefício financeiro do Estado.
O argumento parvo na realidade é tão parvo como os outros dois pois indicia que a Lei está mal feita e que deveria ser alterada. E o Parlamento é o sítio certo para se fazer essa alteração.
Enquanto a Lei existir como está, a permitir a marcação de faltas aos deputados e a permitir que os partidos votem em grupo, os Deputados não podem atuar de outra forma que não seja a de cumprir a Lei.
Qualquer que seja o argumento, aquilo que o Parlamento está a transmitir, quando permite a institucionalização da fraude na marcação de presenças, é que a Lei não é para cumprir e que pode ser contornada à medida de cada um. O Parlamento transmite a ideia de que um deputado não tem de dar o exemplo e que não precisa ser responsabilizado.
Enquanto a Lei existir na forma como existe, o Parlamento só tem uma saída possível, a introdução de um sistema que garanta que é realmente o deputado a registar-se. E a única forma de o conseguir, sem cair no descrédito, é por intermédio de um processo biométrico. Qualquer outra solução, como a que agora propõem, a de acrescentar mais um popup e mais um click é passar um atestado de estupidez ao eleitor, conseguindo ao mesmo tempo transferir mais votos para os partidos dos extremos e do populismo.
Na forma como o parlamento está a propor o registo de deputados até a sra. da limpeza pode registar a presença de um deputado.
Há anos que o Parlamento tem institucionalizado um sistema de registo de presenças falsas, por parte dos deputados.
E há várias justificações:
- O argumento funcional - a presença de todos é muitas vezes essencial para garantir o número mínimo de deputados, necessário para aprovar ou chumbar uma proposta;
- O argumento financeiro - as senhas de presença representam um acréscimo significativo ao ordenado do Deputado.
- O argumento parvo - de que os Deputados não devem ter faltas pois são eleitos (apesar de não ser por eleição unipessoal) e por integrarem um órgão de soberania.
Todos os argumentos têm como fundo o facto do trabalho parlamentar ser muito mais que a presença nas Sessões do Parlamento, e este facto parece-me incontestável. Mas, isto não pode servir de argumento para não se cumprir a Lei.
Tanto o argumento funcional como o financeiro não fazem sentido, pois no primeiro o problema está na responsabilidade, ou falta dela, de cada deputado e na necessidade de se repensar a forma como se vota no parlamento e no cuidado a ter na escolha das listas de cada partido. O segundo argumento cai num campo ainda mais perverso, o da fraude para se obter um benefício financeiro do Estado.
O argumento parvo na realidade é tão parvo como os outros dois pois indicia que a Lei está mal feita e que deveria ser alterada. E o Parlamento é o sítio certo para se fazer essa alteração.
Enquanto a Lei existir como está, a permitir a marcação de faltas aos deputados e a permitir que os partidos votem em grupo, os Deputados não podem atuar de outra forma que não seja a de cumprir a Lei.
Qualquer que seja o argumento, aquilo que o Parlamento está a transmitir, quando permite a institucionalização da fraude na marcação de presenças, é que a Lei não é para cumprir e que pode ser contornada à medida de cada um. O Parlamento transmite a ideia de que um deputado não tem de dar o exemplo e que não precisa ser responsabilizado.
Enquanto a Lei existir na forma como existe, o Parlamento só tem uma saída possível, a introdução de um sistema que garanta que é realmente o deputado a registar-se. E a única forma de o conseguir, sem cair no descrédito, é por intermédio de um processo biométrico. Qualquer outra solução, como a que agora propõem, a de acrescentar mais um popup e mais um click é passar um atestado de estupidez ao eleitor, conseguindo ao mesmo tempo transferir mais votos para os partidos dos extremos e do populismo.
Na forma como o parlamento está a propor o registo de deputados até a sra. da limpeza pode registar a presença de um deputado.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
A malta nunca está contente
Olhando para Lisboa com alguma memória, é difícil não concordar que foi o alojamento local que levou à recuperação do edificado, que tantos anos nos envergonhou. Por isso, fico perplexo quando dou por mim a ouvir alguma malta criticar o alojamento local e o turismo.
O argumento obviamente que é o aumento do preço das casas, mas eu também me lembro daqueles que criticavam os prédios a cair de podre e a necessidade de forçar os senhorios a recuperar esses prédios.
A malta nunca está contente.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Todas as decisões têm um lado positivo...
O voto favorável do PSD à moção de censura do CDS é uma opção boa para todos os partidos com assento parlamentar:
O PSD - Demonstra coerência e bom senso, pois não tem complexos em alinhar com o CDS naquilo que os une. Não fica com o ónus de ter perpetuado o Governo e dá início à sua campanha eleitoral. Por outro lado, ajuda a colar o PS à esquerda, polarizando o voto em ano de eleições, facto que no limite poderá ajudar aquele que continua a ser o maior partido da oposição;
O CDS - Marca a agenda e força o maior partido da oposição a alinhar. Deixa claro que a Assunção também pode vir a conseguir uma coligação;
O PS - Os votos favoráveis do PSD e do CDS vão forçar o BE e a CDU a demonstrar o seu apoio à geringonça. Em ano de eleições, esta demonstração de apoio enfraquece o BE e a CDU enquanto partidos à esquerda do PS, o que pode reforçar o sentido de voto no PS.
A CDU - Apesar de entalado, pode dissociar-se dos Verdes (que já anunciou votar contra a moção) e apostar na diferenciação do PCP, enfraquecendo o BE e assumindo-se como a verdadeira opção à esquerda do PS.
O BE - Assume o apoio ao Governo e deixa claro o quanto merece integrar o próximo governo.
O PAN - talvez consiga trocar o seu voto por alguma alteração legislativa.
O PSD+CDS representam 107 votos, o PS precisa do BE+PEV para chegar a este valor, bastando o voto do PAN para chumbar a moção. O PCP pode por isso abster-se.
O PSD - Demonstra coerência e bom senso, pois não tem complexos em alinhar com o CDS naquilo que os une. Não fica com o ónus de ter perpetuado o Governo e dá início à sua campanha eleitoral. Por outro lado, ajuda a colar o PS à esquerda, polarizando o voto em ano de eleições, facto que no limite poderá ajudar aquele que continua a ser o maior partido da oposição;
O CDS - Marca a agenda e força o maior partido da oposição a alinhar. Deixa claro que a Assunção também pode vir a conseguir uma coligação;
O PS - Os votos favoráveis do PSD e do CDS vão forçar o BE e a CDU a demonstrar o seu apoio à geringonça. Em ano de eleições, esta demonstração de apoio enfraquece o BE e a CDU enquanto partidos à esquerda do PS, o que pode reforçar o sentido de voto no PS.
A CDU - Apesar de entalado, pode dissociar-se dos Verdes (que já anunciou votar contra a moção) e apostar na diferenciação do PCP, enfraquecendo o BE e assumindo-se como a verdadeira opção à esquerda do PS.
O BE - Assume o apoio ao Governo e deixa claro o quanto merece integrar o próximo governo.
O PAN - talvez consiga trocar o seu voto por alguma alteração legislativa.
O PSD+CDS representam 107 votos, o PS precisa do BE+PEV para chegar a este valor, bastando o voto do PAN para chumbar a moção. O PCP pode por isso abster-se.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
2019…O Futuro começa hoje!
O futuro é uma das palavras mais
comuns na mensagem política que transporta uma imensa carga positiva. É em nome
dele que as batalhas políticas se travam, é com os olhos postos nele que são
utilizadas as palavras mais belas do vocabulário político. Palavras como
horizonte, progresso, conquista, geração, confiança, ideal e esperança.
2019 tem de ser o regresso ao
caminho para um futuro melhor e por isso é fundamental que os políticos
abdiquem, de referir no seu discurso a ideia de um futuro sem esperança, por
mais que a ação do governo os possa para aí remeter.
2018 trouxe uma governação da
“geringonça” com show off permanente, que visava agradar a todos. No entanto não
conseguiu satisfazer os interesses das muitas corporações que foram sendo
inundadas de promessas mil, nem dos portugueses em geral.
O roubo de Tancos; os incêndios em
Monchique; falhas graves na saúde; Borba; queda do Helicóptero do INEM; falhas
graves na segurança; greves na saúde, educação, justiça, transportes, Policias,
Finanças, Bombeiros Voluntários; a carga Fiscal mais alta de sempre e a dívida
pública em máximos históricos, são muitos dos sinais de um caminho errado e sem
futuro.
Temos um País em “cruise control”
à espera das eleições, sem criar alarido o que revela um futuro com pouca
esperança para uma democracia que precisa de alternativas credíveis. Neste
campo 2018 revelou alguma timidez, mas 2019 promete que o receio do suposto conflito,
que advém da defesa de posições e projetos diferentes, seja definitivamente
posto de lado.
Negar a natureza conflitual da
política é negar a sua essência. Esta negação transforma a unanimidade numa
hipotética virtude e num dogma real. 2019 tem de ser o ano em que romper
consensos e apresentar projetos alternativos, se torne um imperativo nacional,
mas sempre com o propósito de conquistar a governabilidade porque primeiro está
Portugal.
Este imperativo define-se
assumindo a diferença entre a maneira como se faz política e aquela como se
deveria fazer. Quem não fizer o que é “costume” para, em contraponto, fazer o
que “tem de ser feito”, ajudará seguramente Portugal a derrubar as barreiras do
imobilismo, da estagnação e da resignação. Mas é preciso coragem e essa está ao
alcance de poucos.
As rupturas e os conflitos
corajosos têm sempre riscos associados. Porém os portugueses esperam que alguns
políticos possam recorrer ao sábio legado milenar do general chinês Sun Tzu,
que defendia no seu clássico, A Arte da Guerra, que, “A vitória está reservada
para aqueles que estão dispostos a pagar o preço.”
Em 2018 o governo de António
Costa conseguiu, de forma hábil, um conjunto de condições que lhe asseguraram a
governabilidade. A solidez interna à conta de promessas adiadas
consecutivamente; o voto de confiança dos partidos à sua esquerda que fingem
nada saber, mas em tudo participam; e o apoio do Presidente da República em
nome da estabilidade que é sua responsabilidade. Sem este cenário a ação
política da “geringonça” estaria condenada ao fracasso.
O ano de 2019 tem de ser o ano
onde a alternativa procure motivar, estimular, e dar esperança aos portugueses.
Numa estratégia assente na expressão imortalizada pelo nosso Rei D. João II (o
Príncipe Perfeito), que referiu que, “há tempos de usar o olhar da coruja e
tempos de voar como o falcão”. 2019 deve ser o ano de voar como falcão.
É crucial assumir de vez a
eficácia da “Realpolitik”, que significa a adequação da política à realidade. Este
novo ano é o do futuro e esperança, que valorizará o pragmatismo estratégico
dos líderes políticos, mais preocupados com a eficácia da sua nobre ação – que
coloca primeiro Portugal - do que com o cumprimento de directrizes partidárias
ou de objetivos de médio e longo prazo que visam, exclusivamente, a
sobrevivência política.
Em 2019 mobilizar energias,
motivar vontades, fazer ruturas nuns momentos e revelar dotes conciliadores
noutros, será a grande prova dos líderes políticos com futuro.
Para António Costa os indicadores
têm sido positivos, mas isso não é necessariamente bom para o futuro de
Portugal. António Costa move-se no terreno dos que visam, exclusivamente, a sua
sobrevivência política e isso nem sempre é compatível com o interesse de
Portugal.
Mas por mais indicadores
positivos que se queiram injetar nunca é demais lembrar que as eleições não se
ganham nem se perdem por antecipação, ao contrário do que alguns comentadores e
jornalistas tendem a vaticinar, proclamando a inevitabilidade de uma vitória do
Partido Socialista.
Não é aceitável que se trate o
eleitorado com essa presunção e desdém, mesmo se admitirmos que a oposição se
encontra numa posição difícil, o que é uma realidade subjetiva. Em 2015 o
eleitorado deu uma lição de Democracia aos fazedores de opinião, no entanto
alterou-se para sempre o panorama político e as regras parlamentares. Esperemos
agora que 2019 possa retificar o erro histórico e recoloque Portugal no caminho
do Futuro.
Como ironizava o escritor
norte-americano, Ambrose Bierce, “o futuro é o único reduto do tempo em que
tudo corre bem”, e para Portugal o Futuro começa hoje!
Artigo publicado on-line no Jornal Público:
https://www.publico.pt/2019/01/03/politica/opiniao/2019-futuro-comeca-hoje-1856439
Artigo publicado on-line no Jornal Público:
https://www.publico.pt/2019/01/03/politica/opiniao/2019-futuro-comeca-hoje-1856439
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