Qualquer cidadão, por mais distraído que seja, se recorda
dos estertores finais do Governo de José Sócrates (agora elevado à condição de
analista político), especialmente da frenética cavalgada das taxas de juro
incorridas na emissão de dívida pública. Temos bem presente o limite
psicológico de 7% defendido por Teixeira dos Santos e várias vezes
ultrapassado, graças à teimosia de um Sócrates irredutível (até chocar de
frente com a realidade). Temos, infelizmente, bem presentes as agruras que
todos passámos para ultrapassar este período negro da nossa história coletiva
recente.
Ora, durante a referida cavalgada imparável das taxas de
juro, nem uma palavrinha de condenação se ouviu do atual líder socialista.
Nada. Nem uma nota de rodapé num qualquer jornal regional.
Surpreendentemente, ontem S. Exa. parece finalmente ter
despertado para esta questão e vem agora dizer que a taxa de juro obtida na
última emissão de dívida a 10 anos é “insuportável”. Quase três anos depois
acordou.
Do mesmo calibre desmemoriado são as declarações do camarada
Alegre, a propósito da expulsão de António Capucho do PSD. Aparentemente o
senhor do par de Purdeys sente-se incomodado com esta expulsão. Curiosamente,
nada disse quando no PS se fez o mesmo mas às dezenas de uma vez.
Constata-se, portanto, que a perda de memória é um flagelo
que afeta boa parte da rapaziada mais afeta ao ideário político-partidário
instalado ali p’rós lados do Largo do Rato.
Seria eventualmente de considerar a distribuição
gratuita de RbAp48, aquando do ato de filiação.
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