Aparentemente, o Brasil preferiu o risco de perder Liberdade e de criar um estado securitário a manter uma taxa de homicídio 30 vezes superiores aos números europeus.
Quando falamos do Brasil temos de ter a noção que estamos a falar de outro mundo. No Brasil uma pessoa é morta a cada 9 minutos. Em Portugal, quando saímos de casa de manhã para ir trabalhar ligamos a app para ver onde há trânsito, no Brasil ligam a app para saber onde há tiroteio. Isto terá sido o principal motivo para eleitores que em tempos votaram Lula, ou Aécio, agora terem votado em massa no Bolsonaro.
Para facilitar um pouco, nesta segunda volta a pergunta que foi feita aos eleitores brasileiros não foi se preferiam viver em liberdade, ou se preferiam viver em ditadura. A pergunta foi se preferiam ser governados por um Vale e Azevedo, num país onde nem em casa estás seguro, ou se preferiam mudar para um ex-militar, correndo o risco de perder uma Liberdade que para a maioria já não existe.
Ao contrário do que a larga maioria dos analistas tem assumido, tenho muitas dúvidas que o problema da corrupção tenha tido um papel preponderante na decisão do voto, tenho dúvidas se não terá sido mais do que um racional para justificar o voto num candidato que se deixa fotografar com uma metralhadora na mão. Até porque o próprio Bolsonaro também é alvo de suspeitas, aliás que os seus adversários exploraram sem qualquer resultado prático.
(foto retirada daqui)
O Presidente Eleito da República Brasileira é Jair Bolsonaro, foi eleito democraticamente. Qualquer repúdio ao ato em si, ao processo eleitoral, é absurdo por natureza, pelo menos para qualquer instituição democrática, defensora da Liberdade. No entanto, observar o conservadorismo dogmático e o sectarismo chegarem ao poder é preocupante. Uma preocupação que deve ir para além da birra daqueles que têm sido coniventes com os falhanços governativos nas grandes democracias mundiais.
A questão que deveriamos estar a colocar neste momento é como evitar que o mesmo aconteça na Europa. Repudiar atos democráticos só ajuda a extremar posições, torna-nos parte do problema e não da solução.
Neste momento, depois de uma escolha legítima e democrática resta-nos desejar que o povo Brasileiro consiga unir-se, desejar que as instituições que zelam pela democracia brasileira funcionem, e que o Presidente e o seu Vice-Presidente (Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão) demonstrem que tudo o que se tem sido dito sobre eles não passe de uma narrativa, prevalecendo a Tolerância e a Liberdade.
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