Na realidade, esta relação entre a União Europeia e o Reino Unido era cansativa. Já pareciam aqueles casais que já dormem em quartos separados, mas que apenas continuam casados por causa dos miúdos.
Se pensarmos bem, o Reino Unido nunca esteve 100% no projeto europeu.
- Rejeitou o sistema monetário europeu em 78.
- Em 1984 maribou-se para a solidariedade entre países e exigiu o retorno da diferença entre a sua contribuição para os fundos europeus e o que recebia em troca
- Rejeitaram o fim das fronteiras com o acordo de Schengen em 1995.
- Em 2002 rejeitou a moeda comum.
- Em 2011 foi o único estado-membro que se opôs ao reforço da disciplina fiscal para combater a crise económica.
- E em 2012 recusou o Tratado de Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária.
Olhando para o lado positivo dos resultados do referendo, pelo menos as águas ficaram clarificadas. E se no futuro vier a existir nova intenção de reconciliação, certamente que já não haverá espaço para as birras a que habituaram a Europa.
Em 2014 escrevi neste blogue (abre post aqui) as razões que fazem das monarquias sistemas injustos. Mas, ao tentar sobreviver politicamente, David Cameron pode mesmo ter garantido um lugar na história, o de Oliver Cromwell 2.0, 350 anos depois da Inglaterra ter sido uma República. David Cameron pode ter desencadeado o processo de implosão do Reino Unido tal como o conhecemos.
E até pode ser que a Escócia decida aderir à UE.
O fim de uma monarquia e o início de uma República é sempre um acontecimento democrático positivo.
Resta saber se a União Europeia vai olhar de frente para o que aconteceu, tomar as decisões que tem de tomar e conseguir garantir que o projeto Europeu sai fortalecido deste processo.
Apoiado.
ResponderEliminar