Na Lisboa de Fernando Medina é
hoje mais do que evidente que as obras em curso, por toda a cidade e até
algumas já realizadas, revelam prejuízos enormes para a circulação viária e
pedonal dos que aqui vivem, trabalham, estudam e também dos que a visitam.
Para que se perceba bem a
dimensão do transtorno da política “obreira” de Fernando Medina devemos tomar
nota de que em execução atual temos as seguintes dez obras:
Eixo central (Av. Da República, o
Saldanha, a zona de Picoas e a Av. Fontes Pereira de Melo), Rossio de Palma (freguesia
de São Domingos de Benfica), Rua de Campolide, Largo da Igreja de Santa Isabel,
Largo da Memória, Largo de Santos, Largo da Graça, Campo das Cebolas, Cais do
Sodré e Terminal dos Cruzeiros.
Mas o “terror” que Medina nos
impõe ainda vai aumentar pois até ao final do ano, deverão arrancar mais quatro
obras de dimensão relativa:
No Largo de Alcântara, Largo do
Calvário/Fontainhas, Alameda Manuel Ricardo Espírito Santo (mais conhecido como
zona do Fonte Nova), Alameda das Linhas de Torres e Estrada do Lumiar.
Mas para que acabe em verdadeira
“catástrofe” para a vida da cidade de Lisboa alerto para o facto de estarem
ainda sem data prevista, mas já programadas, dezanove obras que são as
seguintes:
Bairro de Santa Clara, Praça
Viscondessa dos Olivais, Rua Padre Américo, Largo da Igreja de Benfica, Rua da
Centieira, Av. da Igreja, Av. de Roma, Sete-Rios, Rua Atriz Palmira Bastos,
Largo do Leão, Praça do Chile, Alto de São João, Largo do Rato, Largo Boa Hora
à Ajuda, Largo do Rio Seco, Rua de Belém, Praça da Alegria, Praça da Figueira e
Largo Conde Barão.
Ou seja, teremos trinta e três
obras a massacrar os lisboetas e os seus visitantes que serão o legado – até
agora inexistente – de Fernando Medina. Aliás já o anterior Vereador de António
Costa em Lisboa, Arq. Fernando Nunes da Silva, que tinha o pelouro da
Mobilidade assume que se trata de uma estratégia puramente eleitoral e que
prejudica a cidade.
Nunes da Silva refere que “Trata-se
de incompetência técnica”. E reforça afirmando que “Foi uma decisão política
que se sobrepôs aos pareceres dos técnicos.” O professor do Instituto Superior
Técnico e especialista em mobilidade, vai mais longe afirmando que “Não havia
qualquer necessidade. É contraproducente fazer em simultâneo estas obras.”
Este é o caos atual no entanto e
depois de termos todos estes dados importa refletir sobre uma questão muito
relevante e que parece não ocupar o tempo dos que se debruçam sobre o futuro de
Lisboa: Depois do incómodo diário das obras quais serão os constrangimentos e
limitações futuras causadas pelas mesmas obras?
Ora, pensando bem nesta questão façamos
aqui um exercício que nos pode ajudar a definir estes constrangimentos e
limitações.
Fica claro para quem passa, por
exemplo, no Eixo central que haverá uma maior
dificuldade de circulação por consequência de uma diminuição de largura de
vias, largura de ângulos das curvas e diminuição do comprimento e largura dos
lugares de estacionamento.
Fica também claro para todos que
a diminuição de lugares de
estacionamento será uma realidade (aliás já assumida pela CML),
transtornando assim, ainda mais, a vida de quem vive, trabalha e visita a
cidade.
Outro dado que parece óbvio será
o aumento do trânsito por consequência
da diminuição das faixas de rodagem, em grande parte das obras lançadas e a
lançar. Aliás uma das causas desta redução das faixas de rodagem tem relação
direta com o excesso de oferta de ciclovias uma vez que em alguns casos o “iluminado”
Fernando Medina colocará ciclovias, pasme-se, nos dois sentidos da via,
reduzindo assim o espaço das faixas de rodagem.
Outra consequência desta deriva
do “Marquês” Fernando Medina – esta uma das mais graves – será uma drenagem de superfície deficiente consequência
do adiamento, para 2018, das principais medidas do plano de Drenagem, uma vez que
a prioridade não é a segurança da cidade (nomeadamente no que toca a cheias),
mas sim as obras para Lisboeta ver em ano de eleições.
Compete a muitos de nós lembrar a
todos os que possam ter acesso à informação que veiculamos, que as obras de Lisboa não serão, todas elas,
necessariamente muito melhores para a cidade. Além disso importa cada vez
mais denunciar as fragilidades com que nos vamos deparar no futuro, devido às
obras em Lisboa.
Por fim, para além do transtorno
atual e dos constrangimentos futuros convém nunca deixar de relembrar que todas estas obras estão a ser financiadas
com os impostos dos lisboetas e com empréstimos pedidos pela CML.
Por um lado, a famosa “taxa de
proteção civil”, a “taxa turística” e outras tantas taxas que transformam os Lisboetas nuns dos Munícipes com um
índice de carga fiscal dos mais elevados de Portugal. Por outro lado, o
empréstimo de 230 Milhões de euros que endividará os lisboetas para os próximos
20 a 30 anos.
Convém denunciar e estar
preparados, mas o mais importante é dar toda a informação possível para que os
lisboetas, em consciência, escolham o que é melhor para Lisboa. Não creio que precisemos de mais nenhum
“Marquês” (pretensão de Medina). Creio sim que precisamos de alguém que
goste, realmente de Lisboa.
Assim vai Lisboa… Mal.
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